segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Começando um diário

Oi meu nome é Maria Eduarda e... não...
Querido diário hoje eu... não...
ah mais que droga!
ok!
uff! Hoje eu pirei novamente e arrumei uma briga então me deram essa porcaria de diário para que eu escrevesse tudo o que estava sentindo, minhas frustrações, alegrias e etc. Acontece que eu não sou boa nisso... Escrever como se estivesse conversando com alguém é no mínimo estranho, mas se eu não fizer isso eu vou acabar pirando, então vamos lá! Meu nome é Maria Eduarda e eu  tenho... Ah sei lá quantos anos, e hoje é dia... ts droga não sei nem que merda de dia é hoje! Mas eu acho que antes de começar a escrever sobre minha vida eu  vou ter que contar pra você minha história e pra isso eu tenho que começar do início, bem do início...
  Eram meados de agosto e Eu tinha acabado de fazer 18 anos, estava no ultimo ano do ensino médio e eu lembro que na época eu achava o fim meus pais não terem me dado um carro de presente de aniversário.Ha... engraçado como nossas vidas tomam rumos diferentes... e lembrar do passado me faz perceber como, as vezes nos importamos mais com o supérfluo do que com o que realmente importa.
  Mas voltando a história eu era uma adolescente normal, que tinha um pai chato que trabalhava sem parar e sempre concordava com a minha mãe, uma mãe dona de casa cuja única função era me transformar em sua empregada particular e a peste da minha irmã mais nova Maria Luísa que adorava remexer as minhas coisas e roubar minhas roupas e já viram que não faltou inspiração pra escolher  nossos nomes né?  Bom nós eramos uma família normal, com uma casa normal, com um carro normal e até um cachorro chamado Bob (sob minhas objeções, eu achava Harry Potter um nome muito mais legal pra dar a ele). Basicamente nós eramos iguais a qualquer outra  família classe C moradora da baixada fluminense no suburbio do Rio de Janeiro.
Eu lembro da ultima noite que passei com a minha família nós estávamos tendo outra discussão ridícula sobre comprar um carro pra mim
-Mas porque não!!? Eu já sei dirigir e eu to tirando carteira mãe! Fala pra ela pai! – eu estava fazendo um escândalo olhando de um lado pro outro quase chorando enquanto minha mãe calmamente cortava a salada pro  jantar e meu pai assistia ao jornal sentado no sofá, com os pés na mesinha de centro.
Meu pai tirou os olhos por um  instante da tv respirou fundo e me olhou tentando falar alguma coisa, mas sem nada pra dizer voltou a assistir o jornal.
-Paiiiii- olhei pra ele incrédula com a falta de coragem dele em discutir com a minha mãe, agora eu vejo que meu pai era uma pessoa extremamente paciente que sempre aguentava meus chiliques e da minha irmã e de quebra a impaciência da minha mãe.
-Olha querida
-José Ricardo!
Minha mãe gritou da cozinha, impedindo meu pai de manifestar sua opinião. Não é que eles fossem o tipo de casal que um manda e o  outro abaixa a cabeça, mas eles já tinham conversado sobre isso antes e ficou decidido que  não tinham como me comprar um carro, por que veja bem nós erámos em quatro e o único que trabalhava era o meu pai como técnico de informática em uma empresa de computação e fazendoa uns bicos de vez em quando então eles não tinham condição de ceder aos meus caprichos.
-nós já conversamos sobre isso Maria Eduarda! Quer um carro? Levanta essa bunda de frente do computador e vai arrumar um emprego! Você já tem dezoito anos e não quer fazer nada dentro de casa! Não trabalha, não estuda, não sabe o que quer fazer da vida e ainda acha que tá merecendo um carro!? Ah faça- me o  favor né Maria Eduarda!?- minha mãe berrava da cozinha enquanto jogava a salada numa vasilha e enchia de vinagre, azeite e sal.
Irritada, meus olhos encheram d’água, grunhi e amarrei a cara no meu modo bastante adulto de terminar uma discussão. Meu pai sentado no sofá olhou pra mim e abriu os braços.
-Querida -me aninhei no sofá perto dele o abracei já chorando- você tem que entender que nós não temos condição mas se você quiser eu poço te arrumar um emprego-grunhi em questionamento na menor menção a procurar um emprego- ok então você já começou a pensar no que quer fazer? Talvez uma faculdade ou um curso técnico igual aquele que a sua prima Ana fez lembra?
-aha mas ainda to pensando ...
-Ouviu Sônia? A menina ta pensando...
-Isso é mentira dela José Ricardo! ta pensando, pensando e nunca decide nada! –minha mãe parou o que estava fazendo na cozinha veio pra sala nervosa com o rosto vermelho com a faca numa mão e uma cenoura na outra a pontando a faca pra mim- Já estamos no final do ano o ENEM  vem ai eu só quero ver o que você vai fazer Maria Eduarda! Por que não dá pra ficar esperando a resposta cair do céu né?
Depois voltou pra cozinha na mesma pressa em que veio. Afundei o meu rosto nos braços do meu pai que afagava meu cabelo, igual quando eu era pequena e não conseguia dormir.
O cheiro de carne empesteava a casa toda e o cachorro animado com as sobras que iriam pra ele não paravam de latir.
-Helo pessoal to em casa!
Minha irmã Maria Luísa chegou rebolando em uma maravilhosa calça jeans de lavagem escura e uma regata com  estampa de alguma bandinha da moda.
-isso lá são horas de se chegar em casa Maria Luísa!? Já estava achando que tinha sido sequestrada, estava quase ligando pra polícia! O que é não tem celular, mas não?
-Ai mãe eu só estava na casa da Sandra! – minha irmã nos seus quinze anos já tinha mais vida social do que eu em toda a minha existência, não é que eu fosse antissocial nem nada, mas... Não eu sou antissocial mesmo.
- e por um acaso lá não pega celular não Maria Luísa?
-Pega mãe mas eu achei que não precisava ti ligar, desculpa tá? Da próxima vez eu ligo ok?
-hum...
Minha irmã era esperta sabia levar todo mundo na lábia e inclusive minha mãe que sempre perdoava os seus delitos.Mas nesse dia eu estava furiosa e não iria perdoar, levantei correndo já irrita e fui para cozinha.
-Engraçado né! Se fosse comigo a senhora já teria feito um escândalo botado de castigo e tudo!
-deixa de bobeira garota! Eu trato as duas igual!
-aha sei! Quanta injustiça estão fazendo nessa casa! Eu não posso ter um carro mas a malu pode sair e chegar a hora que quiser que a senhora não fala nada!
-Olha como você fala comigo garota!
Batendo os pés sai da cozinha e fui me trancar no meu quanto, quer dizer meu e da minha irmã cuja a força psíquica sobre as pessoas era tão grande que mesmo eu falando primeiro que eu ia dormir no beliche de cima ela conseguiu a proeza de convence-los que eu deveria dormir no de baixo. Estava nervosa e irritada por uma coisa boba hoje eu admito e consigo rir disso, mas na época aquela era a coisa mais importante pra mim. Como nossos sonhos e objetivos mudam rápido...
-duda vem a mamãe mandou ta chamando pra jantar! Duda?
Sem resposta
  A Luísa tentou abrir a porta, mas estava trancada.
Silencio.Eu conseguia ouvir de longe o barulho da tv e a voz da minha mãe e minha  irmã conversando.
-mãe a Duda se trancou lá no quarto e eu acho que ela não vai vir não...
-A mais vai vir sim!
Eu consegui imaginar minha mãe limpando as mãos no pano de prato com a cara amarrada irritada vindo em direção ao quarto.
-Maria Eduarda! Maria Eduarda!- minha mãe batia incansavelmente na porta do meu quarto
-José Ricardo vem aqui falar com essa menina!
Silêncio
Uma luz seguida de um barulho estridente e depois
Dor...
Muita dor...
-Sônia você esta bem?!
-sim, sim... e cade as meninas?!- eu conseguia ouvir de longe minha mãe perguntando, com a voz embargada, desesperada.
-Eu to aqui!- ouvi Luísa responder
-Graças a Deus! E-e cade a Eduarda!? Cade a Maria Eduarda!?- eu sentia o desespero na voz da minha mãe, mas era como se houvesse um muro entre mim e eles. um muro de dor muita dor.
Inconsciência.



Primeira postagem no blog!!!!

Oi pessoas!!! Esse blog é um grande sonho meu que só agora eu estou tendo coragem de realizar. As crônicas da grande luz nada mais é que um blog de uma história que eu comecei a escrever a alguns meses atrás (estava sem net e sem nada pra fazer) e só agora tive coragem de mostra-lo ao mundo. Mas vejam bem! Eu não sou nenhuma escritora! Sou só uma devoradora de livros apaixonada por histórias de ação com uma boa dose de romance, então se você também faz parte desse clube eu o convido-o a ler a minha história. espero que gostem! by!